
Durante o Festival ABCR 2025, realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, a ONG News conversou com Cássio Aoqui, um dos fundadores do Canal sabIAr – plataforma de formação e produção de conteúdo sobre tecnologia e inovação voltado para o Terceiro Setor. Aoqui falou sobre o impacto da inteligência artificial (IA) na captação de recursos e defendeu que o tema está em constante transformação, o que exige atualização contínua por parte das ONGs, sempre acompanhada de responsabilidade, paciência e curiosidade! Confira a seguir:
ONG NEWS: IA virou um novo hype? Esse tema não corre o risco de virar papo repetido nos eventos?
Cássio: Não mesmo. A gente descobre que, assim como o Festival ABCR se reinventa a cada ano, a tecnologia está em ritmo ainda mais acelerado. Entre todas as frentes de inovação na captação de recursos, nenhuma está mudando tão rápido quanto a tecnologia. Principalmente a inteligência artificial.
ONG NEWS: Como foi a masterclass que você ministrou sobre isso?
Cássio: Aconteceu no sábado, e a sala lotou. Eram 50 vagas e encheu. Para preparar o conteúdo, estudei bastante e percebi que o céu é o limite. Mesmo eu, que não sou captador de recursos nem tão especialista assim, vi o quanto a IA pode transformar esse campo.
ONG NEWS: Mas transformar como, exatamente?
Cássio: Hoje, qualquer organização já consegue fazer análises preditivas sem precisar dominar Excel. A IA ajuda a categorizar doadores, calcular a propensão de doação, personalizar mensagens. Não é só pra gerar texto ou traduzir – dá pra integrar planilhas com sistemas de IA que disparam mensagens no WhatsApp, por exemplo, de maneira totalmente segmentada. Isso aumenta muito a chance de arrecadação.
ONG NEWS: E isso tudo sem ter um especialista em dados na equipe?
Cássio: Sim. O que precisa é de três coisas: curiosidade, paciência e desconfiança ética. Curiosidade pra explorar, paciência porque vai dar erro no começo, e desconfiança porque toda tecnologia carrega viés algorítmico. E tudo bem se a pessoa for do time do caderninho analógico – justamente para essas pessoas, a IA pode ser uma aliada. Ela simplifica.
ONG NEWS: E onde o Canal sabIAr contribui com isso tudo?
Cássio: Nosso papel é facilitar esse processo. Oferecemos conteúdos e formações voltadas para quem não é especialista em tecnologia. Temos cursos em módulos, formaações presenciais, consultorias personalizadas e treinamentos in company. A gente ajuda as organizações a criarem uma cultura de uso responsável da IA. Não adianta só um colaborador se formar, é preciso virar prática institucional.
ONG NEWS: Quais são as responsabilidades das ONGs neste campo?
Cássio: A organizações precisam ter consciência dos riscos. A inteligência artificial pode ajudar muito, mas se usada de forma desatenta ou irresponsável, pode fazer mais mal do que bem. Nosso trabalho é ajudar as pessoas a entenderem isso – sem elitismo tecnológico.
(Redação ONG News)
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