Em todo o mundo, estima-se que mais de 2,2 bilhões de pessoas vivenciam algum tipo de deficiência visual. Nesse cenário, a inclusão digital não apenas se configura como uma necessidade, mas também como um direito fundamental.
A Nossa Causa tem se dedicado a abordar questões relacionadas à acessibilidade, destacando a importância de ferramentas, boas práticas em redação, design inclusivo e outras estratégias que viabilizem o acesso a conteúdos digitais para todas as pessoas. Além do zelo e da atenção aplicados durante a criação de nossos artigos, nosso site conta com a Hand Talk – uma ferramenta que traduz instantaneamente materiais em português para a Língua Brasileira de Sinais, visando a inclusão de pessoas surdas.
Hoje, queremos explorar algumas ferramentas que promovem acessibilidade para pessoas cegas, de baixa visão ou com doenças oculares, contribuindo para um mundo virtual com menos barreiras.
Venha descobrir essas tecnologias de acessibilidade que transformam o cotidiano de pessoas com deficiência visual.
A importância da acessibilidade visual na comunicação digital
A acessibilidade digital não é um mero detalhe, é um direito previsto em lei. No Brasil, milhões de pessoas com deficiência (PcD) dependem de tecnologias que facilitem seu acesso à informação. Como exigir uma comunicação inclusiva e democrática se ignorarmos essa demanda? Por isso, é preciso promover ferramentas de acessibilidade e utilizá-las como ponte para conectar o conteúdo digital ao universo das PcD, garantindo que ninguém fique fora.
E vamos além: acessibilidade não é só uma questão de responsabilidade social; é estratégia. Adaptar organizações para inclusão de talentos com deficiência aumenta a diversidade e propicia espaços de inclusão, com maior capacidade de criação e inovação. Criar um site ou conteúdos que consideram as necessidades das PcD amplia o alcance de qualquer organização e demonstra empatia e respeito por todos os públicos.
Uma comunicação digital inclusiva atrai mais engajamento, fortalece a imagem da marca ou organização e faz a diferença na vida de muitas pessoas.
Design inclusivo – estratégias para experiências acessíveis
Unir design e acessibilidade digital é uma forma de abraçar a diversidade e garantir que pessoas com deficiência (PcD) tenham uma boa experiência de navegação online. E como tornar isso realidade?
Inicie com ferramentas de acessibilidade que adaptam seu conteúdo para necessidades diversas. Fontes legíveis, botões grandes que dialoguem com títulos, contraste adequado, navegação simplificada, etc. Mas não pare por aí! Teste seu site com pessoas usuárias reais, com diferentes tipos de deficiência, para entender os desafios e buscar melhorias. Afinal, você não pode oferecer uma solução se não envolver todas as partes interessadas no problema. É sobre inclusão, em cada clique e em cada página acessada.
Tecnologias assistivas – conheça algumas ferramentas de acessibilidade digital
Imagine um universo virtual em que as barreiras digitais são inexistentes, proporcionando a todas e todos igualdade de acesso a informações e serviços online. Essa realidade torna-se tangível através do uso de ferramentas de acessibilidade, as quais transformam a navegação na web em uma experiência verdadeiramente inclusiva. E aí entram também as chamadas tecnologias assistivas, presentes não só no mundo virtual, mas também disponíveis para auxiliar a mobilidade em espaços físicos.
Ao explorarmos o âmbito digital, podemos apontar algumas soluções poderosas: leitores de tela para pessoas com limitação visual, teclados adaptativos para usuários com desafios motores, e legendas ou transcrições para aqueles com dificuldades auditivas. Outra ferramenta muito utilizada são os softwares de reconhecimento de voz, que facilitam a vida das Pessoas com Deficiência (PcD) ou mobilidade reduzida, permitindo que comandos e digitação sejam realizados através da fala.
Cada uma dessas ferramentas de acessibilidade abre portas para a autonomia e participação plena na sociedade digital. Elas transformam a internet em um espaço mais democrático, onde o consumo de conteúdo torna-se acessível independentemente de limitações físicas ou sensoriais. Mais do que uma questão tecnológica, trata-se de garantir direitos humanos e promover a inclusão social.
Venha com a Nossa Causa descobrir cinco ferramentas de acessibilidade digital que estão auxiliando pessoas com deficiência visual!
NVDA
O NVDA (NonVisual Desktop Access) é um software gratuito que abre as portas do mundo digital para pessoas com deficiência visual. Compatível com a maioria dos sistemas operacionais, o NVDA pode ser executado em computadores de diferentes perfis, desde os mais modestos até os mais avançados. Com ele, pessoas usuárias cegas ou com baixa visão podem ler a tela com sintetizadores de voz, ou em Braille, oferecendo assim muita autonomia
E tem mais: o NVDA é atualizado regularmente pela comunidade de pessoas desenvolvedoras, garantindo que as novidades tecnológicas não deixem as PcD para trás.
O software se destaca como um aliado poderoso que permite que pessoas com deficiência naveguem pela web e utilizem aplicativos variados, além de ter uma ótima aderência em ambientes de trabalho e educação.
JAWS
O nome JAWS é uma sigla de Job Access With Speech, do inglês: acesso ao trabalho com voz. Trata-se de um leitor de tela avançado para Windows, que transforma texto em áudio, permitindo autonomia na navegação. Desenvolvido pela própria Microsoft, JAWS é um software que permanece invisível durante o uso, permitindo o comando de voz para leitura de janelas e menus, proporcionando informações sobre funções de barras e botões. É um software que exige licença, e sua versão gratuita só funciona em sessões de quarenta minutos que exigem novo login.
Be My Eyes
Seja meus olhos. Essa é a proposta do Be My Eyes, um aplicativo criado para auxiliar pessoas cegas ou com visão limitada, conectando-as a uma comunidade global de pessoas voluntárias sem deficiência visual.
Por meio de chamadas de vídeo, a equipe de voluntariado oferece assistência em diversas situações, desde combinar cores até verificar luzes acesas, identificar objetos ou ajudar na preparação do jantar. Disponível gratuitamente para iOS e Android, o aplicativo funciona enviando notificações às pessoas voluntárias quando alguma pessoa usuária cega ou com visão limitada solicita ajuda. A primeira pessoa que responder é conectada à pessoa usuária por meio de uma transmissão de vídeo ao vivo, permitindo a resolução conjunta da tarefa através da comunicação de áudio.
Lookout
O Lookout, uma ferramenta versátil de acessibilidade do Google que utiliza visão computacional para fornecer informações sobre o ambiente a pessoas cegas ou com baixa visão. Disponível gratuitamente para download, o aplicativo opera em cinco modos distintos:
- Modo leitura rápida
- Modo exploração: fornece informações sobre todos os objetos
- Modo rótulos e embalagens
- Modo digitalização de documento
- Modo notas e moedas
TalkBack
Aproveitando as possibilidades que a Google oferece, o TalkBack é um recurso disponível em smartphones ou tablets Android. Um leitor de tela que facilita a navegação para pessoas com deficiência visual. Ao ser ativado, utiliza suporte de voz para fornecer feedback em áudio, auxiliando aqueles com baixa ou nenhuma visão a selecionar opções nos menus do smartphone. Ao escolher um aplicativo ou uma opção, o dispositivo emite um som descritivo, permitindo que o usuário saiba o que está sendo selecionado na tela.
Além disso, o sistema informa sobre o status da bateria, identifica ícones na tela e até lê mensagens do WhatsApp. Mais uma ferramenta que torna a experiência digital mais acessível e empática para todas as pessoas.
Nossa melhor ferramenta é a defesa da inclusão!
A acessibilidade digital é mais do que um diferencial, é uma demanda urgente. Ferramentas de acessibilidade transformam a navegação online de um campo minado em uma estrada cheia de informação e inclusão. E não se trata apenas de cumprir normativas legais, mas sobre abrir portas para todas as pessoas.
Então, como tornamos o digital inclusivo? Comecemos pelo básico, como a implementação de recursos que permitem que as PcD naveguem com autonomia. Audiodescrição, legendas, teclados adaptáveis, leitores de tela e tudo que abordamos neste artigo já servem como um ótimo começo.
A jornada rumo à inclusão digital é contínua e repleta de aprendizados, mas exige propósito. Enquanto celebramos alguns avanços, não podemos esquecer que ainda resta muito caminho a ser percorrido.
Vem com a gente nessa luta por um mundo virtual e físico mais acessível. Afinal, a inclusão também é a Nossa Causa!