Independente de cor, idade ou classe, todas as mulheres do mundo são cobradas diariamente para cumprirem certos padrões, se sujeitarem a certos papéis e serem o que a sociedade espera que elas sejam.
Quantas vezes nós ouvimos frases como “Você tem que se comportar como uma Lady”, “Você tem que andar sempre bem arrumada”, “Mas lugar X não é lugar para mulher”, entre tantas outras.
E isso começa desde cedo.
Não é à toa que há 5 dias o G1 publicou um estudo¹ que aponta que 90% das meninas entre 6 e 8 anos, de São Paulo, Buenos Aires e Cidade do México, acreditam que “engenharia é coisa de menino”.
Meninas estão descartando uma possível vocação por ter em mente que “o lugar” de mulher não é mexendo com números, tecnologia, máquinas, equipamentos ou até mesmo criando algo novo.
Mesmo com as maiores empresas/agências de tecnologia do mundo como Microsoft, SpaceX, Intel, Apple, Nasa, entre outros, terem engenheiras à frente de projetos importantes e até mesmo da liderança da companhia, 90% das meninas estão ouvindo alguém dizer que elas não podem assumir uma posição dessas.
É justamente esse pensamento que queremos desconstruir.
Então, com o intuito de conscientizar e empoderar as mulheres de que elas não precisam seguir os padrões impostos pela sociedade, nem dar ouvidos a imposições sobre qual deveria ser o seu lugar, é que a gente levantou as seguintes perguntas para as mulheres no Dia Internacional da Mulher:
O que a sociedade cobra de você como mulher? Quanto você gasta pra ser o que te disseram que você deveria ser? Quanto você gasta do seu emocional, intelectual, físico, energético e espiritual para se encaixar? Quais sonhos e vontades você sacrifica para usar essa máscara? O que você precisa economizar? O que você precisa fazer menos, sentir menos, viver menos, demonstrar menos, para vestir essa máscara?
Foi assim que nasceu a campanha “Quanto você paga para vestir essa máscara?”. Nela, nós separamos os estereótipos mais ousados de mulher exigidos pela sociedade: dona de casa, boa de cama, boa esposa, hétero, super mãe, sexy, vaidosa, delicada, submissa e recatada.
Todas as características pelas quais somos muitas inferiorizadas ou taxadas pela falta delas.
Também levamos a campanha para o Instagram. Nele, usamos o stories para fazer a pergunta “Você já usou essa máscara para se encaixar nos padrões impostos pela sociedade?”. Veja abaixo o resultado:
- Dona de casa:
sim – 38%
não – 62% - Boa de cama:
sim – 36%
não – 64% - Boa esposa:
sim – 15%
não – 85% - Hétero:
sim – 33%
não – 67% - Super mãe:
sim – 20%
não – 80% - Sexy:
sim – 57%
não – 43% - Vaidosa:
sim – 63%
não – 37% - Submissa:
sim – 29%
não – 71% - Recatada:
sim – 64%
não – 36%
A mensagem final da campanha é que mulheres não devem ter medo de tirar suas máscaras e recusar a aceitar estereótipos. Independente de suas escolhas, mulheres merecem respeito e merecem que a sociedade entenda que lugar de mulher é onde ela quiser.
Diz que não é machista, mas…
Em 2015, a Nossa Causa também criou a campanha “Diz que não é machista, mas…” para expor atitudes machistas comuns no dia a dia, mas que tentam passar despercebidas. Na campanha, as pessoas podiam acessar o site dizquenaoemachista.org (desativado) e desenvolver a sua própria peça para facebook.
Confira a campanha clicando aqui.