Gritos de guerra nem sempre são ecos de batalhas que ouvimos apenas em campos de embates. Às vezes, esses gritos que clamam pelo sonho da vitória e homenageiam as vozes silenciadas, podem ser manifestados como sussurros, súplicas ou mesmo músicas. E é sobre músicas que falaremos aqui. Mas não qualquer canção, somente aquelas que movimentaram bandeiras de igualdade e muitas vezes foram a única forma de expressão de um grupo marginalizado e amordaçado por sociedades incapazes de ouvir o diferente.
Sim. Nesta lista de músicas que causam traremos alguns dos gritos de guerra que ganharam as bocas das pessoas LGBTQ+ que marcharam e marcham lutando por seus direitos, por respeito e igualdade. Preparado? Vamos lá!
I will survive – Gloria Gaynor
A canção de Glória Gaynor, que inicialmente foi popularizada com um conceito feminista, por se tratar da superação de um relacionamento abusivo, não demorou para ser adotada também pela comunidade LGBTQ+. A letra que clama pela sobrevivência e dar a volta por cima é um claro exemplo da necessidade que esse grupo tem de viver – e sobreviver – às opressões que continuam assombrando seu dia a dia.
Born this way – Lady Gaga
A música escrita pela Mother Monster, Lady Gaga, foi criada com a ambição de se tornar um “hino da liberdade”. E não deu em outra, Born this way realmente abraçou a causa LGBTQ+ e foi abraçada por esse grupo de pessoas. Os mesmos trechos que representam a resistência vivida, também são inspiração para seguir firme na luta.
Geni e o Zepelim – Chico Buarque
Essa música foi composta para o musical Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Geni, mulher trans, por um lado, é marcada pelo silêncio, pela submissão e pela não-voz, na medida em que o sistema que a cerceia impede que ela fale. No Brasil, a transfobia é uma prática que silencia para sempre uma pessoa a cada 48 horas. E isso não pode mais acontecer. Precisamos cantar por todas as Genis que existem por aí e, mais importante, precisamos permitir que todas essas Genis tenham seu espaço e respeito assegurado para que elas mesmas possam ser cantoras da própria realidade.
Stereo – Ana Carolina
A bissexualidade é uma orientação sexual que sofre bastante estigmas tanto entre pessoas heterossexuais, quanto entre os homossexuais. Na letra de Stereo, Ana Carolina aborda de uma forma sutil, sensual e natural sua orientação, ao afirmar que põe quem ela quiser no seu colchão. É muito importante que sempre lembremos que todas as formas de amar são válidas e que mesmo causas diferentes precisam ser tratadas com o mesmo respeito, pela garantia de igualdade a todas as pessoas.
Indestrutível – Pabllo Vittar
Logo no início do clipe, Pabllo Vittar traz um dado chocante sobre a realidade dos jovens LGBTQ+ no Brasil: 73% deles são vítimas de bullying e violência nas escolas. Diariamente, os gays, lésbicas, travestis, bissexuais, transgênero e todas as outras pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQ+ sentem na pele a crueldade e opressão de uma sociedade que prefere machucar a aceitar. Com uma mensagem de superação, a respeito da cicatrização das feridas abertas, Pabllo canta que sabe não ser fácil essa realidade, mas que tem fé em um futuro melhor, em que tudo vai ficar bem.
True colors – Cindy Lauper
Neste hino, a partir do qual Cindy Lauper apresentou-se publicamente como defensora da diversidade, foi inspirado na defesa da homossexualidade da irmã da cantora. A canção traz em sua letra a beleza das cores verdadeiras de cada um, em detrimento de uma sociedade que está treinada para enxergar apenas preto no branco e recolorir quaisquer práticas que fujam desse padrão.
Freedom – George Michael
Liberdade para ser quem você quiser. Para abrir as portas da repressão e dar espaço para que o verdadeiro você tenha a chance de dividir seu mundo e suas histórias no dia a dia. É sobre isso que trata a música de George Michael: a necessidade de defendermos a liberdade de sermos quem somos e convivermos felizes e em paz com nossas personalidades e diferenças, sejam quais forem!
Born Naked – RuPaul
Na compreensão das nossas identidades pessoais muitas vezes nos deparamos com inúmeros conceitos e pré-conceitos que precisam ser vencidos no caminho até a compreensão pessoal. RuPaul, uma das Drag Queens mais famosas do mundo, traz na letra de Born Naked um resgate desse processo de entendimento, ao afirmar que todos nascemos nus e o que vem depois é drag, em outras palavras, uma analogia para explicitar que todos nascemos livres de ideologias e tudo o que aprendemos, vivemos e sofremos é fruto da construção social na qual estamos inseridos.
Inspirado?
Gostou das músicas que elencamos? Sentiu falta de alguma? Manda pra gente e vamos caminhar juntos balançando a bandeira da igualdade e liberdade para todas as pessoas. Em uma sociedade que vive a falta de amor em tantos aspectos, é nossa função enquanto sonhadores de um mundo melhor levarmos o amor aonde ele precisa ser disseminado.
Acesse nossa playlist de Músicas que Causam, no Spotify, cante a igualdade e – assim como nós – repercuta o respeito!