O planejamento de orçamento permite a formulação da previsão das receitas, despesas e investimentos de uma organização para determinado período ou para determinado projeto. Entretanto, mais importante do que isto, ele permite posteriormente acompanhar se o que foi planejado está sendo realizado satisfatoriamente ou não.
No Terceiro Setor é bastante comum encontramos organizações que dependem de doações, patrocínios ou financiamentos públicos para executar suas atividades, enquanto outras possuem condições e capacidade de gerar receitas próprias através da prestação de serviços remunerados e da realização de eventos.
Independente da origem, para uma gestão eficiente dos recursos financeiros é fundamental planejar tanto as operações cotidianas (pagamento de salários, de materiais, de serviços básicos) quanto os investimentos (aquisição de imóveis, equipamentos, veículos, móveis…) necessários para o alcance das finalidades sociais previstas nos estatutos.
Para obter sucesso nesse planejamento, recomenda-se a elaboração de orçamentos relativos às atividades permanentes, e principalmente aos projetos temporários executados pela entidade. Ao final, todos esses orçamentos devem ser consolidados para que seja possível identificar o volume total de recursos necessários, bem como as possíveis fontes de captação.
Cabe ressaltar que um bom orçamento, para se aproximar ao máximo da realidade, deve quantificar também os valores que podem não ser desembolsados pela entidade, como as doações de bens e produtos, a cessão gratuita de espaços para a realização de atividades ou eventos, e ainda os serviços prestados por voluntários.
Destacamos, também, que a divulgação das metas propostas no orçamento e o seu grau de atingimento são úteis no processo de gestão e de prestação de contas, gerando organização, controle e credibilidade da entidade junto a colaboradores, população, doadores e financiadores.
Verifica-se que o orçamento é uma ferramenta utilizada tanto no planejamento quanto no controle, fornecendo subsídios para que os gestores das organizações possam tomar as devidas decisões com relação ao que foi planejado para o período ou para o projeto.
A prática de se elaborar e acompanhar orçamentos, com suas previsões de despesas/investimentos e estimativas de receitas, é essencial para a gestão, sendo necessário exercitar a transformação dos objetivos e metas da entidade em valores financeiros.
Na verdade, a elaboração do planejamento de orçamento é mais do que uma simples previsão ou estimativa, pois deve ter como base o compromisso dos gestores e colaboradores em termos de metas reais a serem alcançadas. Ou seja, trata-se do plano financeiro para implementar a estratégia da entidade para determinado período ou para determinado projeto, conforme mencionado no artigo anterior.
Objetivos do planejamento de orçamento
Os principais objetivos do orçamento são:
- Planejar onde investir os recursos: Aplicação
- Planejar onde obter os recursos: Fontes de Captação
- Permitir visualizar a situação financeira individual de cada projeto ou atividade
- Permitir visualizar a situação financeira geral da entidade
- Identificar quais seriam as prioridades a nível de execução
- Promover alternativas para melhor utilização dos recursos, através de uma gestão transparente, eficaz e eficiente
- Analisar as variações entre o previsto e o realizado: Acompanhamento Orçamentário
- Facilitar o processo de prestação de contas
- Gerar informações úteis para que os gestores possam tomar decisões adequadas e tempestivas
Planejamento de orçamento para projetos
Com relação aos projetos, o orçamento tem papel fundamental, pois permite evidenciar os recursos financeiros necessários para a realização dos objetos, de modo que os doadores e financiadores tenham acesso às informações de onde e como os recursos cedidos serão aplicados.
Nesse caso, é preciso criar mecanismos de provisões e de controle ainda mais eficientes, para que se tenha uma boa gestão dos recursos, especialmente quando forem de origem pública. Ainda que a entidade esteja disposta a assumir custos excedentes durante a execução desses projetos, será necessário saber até onde poderá ir, bem como assumir as consequências financeiras desta decisão.
Apesar de o orçamento ser um instrumento comumente utilizado pelas entidades para a elaboração dos seus projetos visando à captação de recursos perante os doadores e financiadores públicos e privados, a análise da sua execução é algo ainda pouco aplicado como forma de avaliação, e ainda de maneira bastante tímida quando o foco são os recursos próprios da entidade.
Conclusão
Com base no que pudemos observar, antes de sair para captar recursos, ou começar a utilizá-los, a entidade precisa saber exatamente quanto dispõe e de quanto precisa para executar seus projetos e atividades permanentes.
A primeira providência, portanto, consiste no levantamento de um diagnóstico que permita ao gestor, além de avaliar a atual situação financeira, estabelecer um orçamento confiável, estimando, de preferência mês a mês, os custos necessários para a sustentação da entidade ou de um projeto em particular.
Até mais!