“Picada” social: por que profissionais escolhem o 3º setor para construir carreira?

Redação
17 de novembro de 2015
  • Terceiro Setor
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O que motiva um profissional a ingressar no mundo do Terceiro Setor? É possível seguir carreira em organizações não governamentais? Esses são alguns dos questionamentos feitos quando se pensa no mercado de trabalho voltado para o mundo das ONGs. Algumas pessoas acham que os profissionais que atuam nesse setor são voluntários, trabalham por hobby ou que ganham muito abaixo do mercado em geral.

De 2000 para cá, as organizações sociais vêm se profissionalizando e atraindo pessoas que buscam aliar o desenvolvimento profissional com a ânsia de poder trabalhar por um mundo melhor.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o ano de 2010 existiam no Brasil cerca de 290 mil organizações da sociedade civil. Estas organizações empregam mais de 2 milhões de trabalhadores formais, o que representa quase 5% da força de trabalho do Brasil.

No caminho certo

Atuar no 3º setor é sentir que seu trabalho está beneficiando milhares de pessoas a melhorarem suas condições de vida. Quando ingressei na universidade, a professora de Português perguntou ao grupo por que havíamos decidido cursar a faculdade de jornalismo. Eu respondi que queria mudar o mundo e achava que seria por meio de matérias investigativas, mas a vida me mostrou que outros caminhos eram possíveis.

Foi um longo caminho até aqui. Muitas pessoas me inspiraram e motivaram a seguir positivamente mudando a história do meu país, continente e mundo.

Em 2011, após 8 anos de atuação em uma organização social, segui para Madrid, Espanha, para cursar o mestrado em Gestão e Administração de Fundações e Institutos na Universidad Autónoma de Madrid. E foi nesse momento que a ficha caiu definitivamente: desejava seguir carreira no 3º setor.

construir carreira no Terceiro Setor 1

Uma das pessoas que esteve comigo no início da minha caminhada e que me inspirou a seguir foi Claudia Maia, jornalista e consultora de projetos do Centro de Promoção da Saúde – CEDAPS. Nossa trajetória se aproxima no momento em que fomos “picadas” pelo social, ainda estagiárias. Claudia foi minha coordenadora na ONG Escola de Gente. A jornalista define porque seguiu na carreira social.

Garantia de direitos. Acho que essa é uma das grandes motivações para trabalhar no Terceiro Setor. Eu fui ‘picada’ pelo social quando era estagiária de uma editora que desenvolvia um projeto voltado para disseminar informações sobre a síndrome de Down para leigos. Depois disso, trabalhei em empresas de pequeno a grande porte, nacionais e multinacionais, de diferentes segmentos, sempre na área de comunicação. Até que em 2003 me tornei uma profissional do Terceiro Setor, na verdade, movida pela vontade de voltar para o Rio de Janeiro depois de meses trabalho em São Paulo. O convite para coordenar um projeto na ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão se tornou uma atuação apaixonada pela garantia dos direitos da pessoa com deficiência, causa que levei mesmo após embarcar em outras experiências profissionais. Passei por uma fundação empresarial e há 3 meses embarquei em uma nova experiência e temática: atuo na ONG CEDAPS – Centro de Promoção da Saúde, que trabalha para promover a plena participação de comunidades populares nos processos de desenvolvimento e o aprimoramento de políticas públicas, contribuindo para a promoção da saúde, a garantia de direitos e a equidade.

Outras pessoas já conseguem definir sua trajetória antes mesmo de ingressar na faculdade e esse é o caso de Rachel Domingos e Nívive Daniel. Ambas já realizavam trabalho filantrópico voluntário e queriam propulsionar mudanças positivas.

A satisfação de ser protagonista no processo de transformação social é o motor que me impulsiona para querer trabalhar cada vez mais, é o que torna minha rotina em um estilo de vida,

afirma Rachel, cientista social e analista de projetos do Instituto Ronald McDonald, que apoia projetos com o foco na redução da taxa de mortalidade de crianças e adolescentes com câncer no Brasil.

Creio que o que move um profissional a querer entrar no Terceiro Setor é, principalmente, a vontade de dar a sua contribuição para de certa forma, tornar o mundo / sociedade / seu bairro, enfim, um pouco melhor. Para mim, tocar positivamente a vida de pessoas é a minha missão de vida. Desta forma, seja lá onde eu estiver ou o que eu estiver fazendo, se estiver contribuindo para melhorar a vida de pessoas, me sinto realizada e sei que estou cumprindo o meu papel no mundo,

ressalta Nívive Daniel, geógrafa e analista de projetos do Instituto Ronald McDonald.

Construir carreira no Terceiro Setor

Estudos demonstram que no 3º setor os profissionais atuam dentro de uma perspectiva de um contrato psicológico e de comprometimento com a causa. Meyer McDonald e Allen Makin, no artigo, com tradução livre, O contrato psicológico e o comprometimento organizacional, (The psychological contract, organizational commitment, 1990) apontam que pessoas que estão comprometidas com a instituição a que pertencem empenham-se mais nas suas atividades e na busca dos objetivos organizacionais, sendo capazes de ir além do exigido em sua função para atingi-los e reforçar seus valores.

Esses indivíduos adotam comportamentos como sentimento de responsabilidade, adesão, e trabalho suplementar, como resultado do investimento que está sendo aplicado à organização.

Esse comprometimento e desejo de que o mundo pode ser melhor a cada dia é o que move dois milhões de profissionais formais no Brasil a darem o melhor de si. Se você se sente tocado por uma causa ou simplesmente por estar melhorando a vida de pessoas, inspire-se! Quem sabe seu caminho não esteja no 3º setor?

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