Por que lutar por justiça climática?

ONG News
26 de junho de 2024
  • Meio Ambiente
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Por Mateus Fernandes (*)

Olá, meu nome é Mateus Fernandes, sou ativista socioambiental e estou aqui hoje para falar sobre a importância da luta por justiça climática

Embora as mudanças climáticas sejam uma questão global, as populações mais vulnerabilizadas foram, são e continuarão sendo as mais afetadas pelos eventos extremos, a menos que os governantes tomem medidas para reduzir as desigualdades.

O conceito de “justiça climática” emerge como uma extensão da “justiça ambiental” e da consciência racial e territorial. Promover justiça é promover igualdade, equilíbrio entre riquezas, interesses e oportunidades. Quando pensamos nos eventos climáticos extremos, reforçamos a compreensão de que a população mais afetada pelas mudanças climáticas deve ser priorizada nas ações e políticas de enfrentamento dos impactos. Ninguém vive em áreas de risco ou em condições vulneráveis por escolha, mas sim pela falta de assistência governamental e recursos para adaptar essas áreas.

Entendendo sua urgência

De acordo com o relatório “Igualdade Climática: Um Planeta para os 99%”, elaborado com dados do Stockholm Environment Institute (Instituto Ambiental de Estocolmo), as emissões de gases de efeito estufa dos indivíduos mais ricos do mundo serão suficientes para causar 1,3 milhão de mortes relacionadas ao calor entre 2020 e 2100.

Para uma pessoa que está entre os 99% da população global, levaria aproximadamente 1.500 anos para emitir a mesma quantidade de CO₂ que os bilionários e as indústrias mais poluentes emitem em um único ano. Essa disparidade expõe uma grave injustiça, na qual os mais privilegiados, que lucram e mantêm um estilo de vida altamente emissor, não enfrentam um custo proporcional às consequências de suas ações.

Quem é mais impactado pela crise climática?

As fortes chuvas, as ondas de calor e outros eventos extremos não são desastres naturais, mas sim sintomas de uma crise criada pela humanidade, principalmente pelo poder econômico e pela falta de ação dos líderes que estão nos espaços de tomada de decisão. E nessa crise, a desigualdade é ainda uma realidade permanente. Visando combater esse cenário, ressalta-se a importância de dados atualizados para que possamos compreender o porquê das consequências e cobrar de maneira efetiva mudanças por cidades adaptadas, justas e igualitárias.

O Greenpeace produziu uma cartilha que oferece uma visão detalhada dos impactos desiguais das mudanças climáticas, e que você pode solicitar de forma gratuita. Esse material é uma ferramenta que pode complementar os estudos de pesquisadores, vestibulandos e qualquer pessoa interessada em entender a verdadeira extensão da crise climática.

Para Gabriel Lopes, 16, morador de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, “hoje o sistema de vestibular pouco aborda sobre justiça climática, mas é necessário termos o conhecimento de dados como o que contém este material”, e finaliza “é uma base de estudo que poucos têm acesso.” Gabriel acrescenta ainda: “Eu separei o material em três partes para estudar a questão geográfica, a social e a política. Usei um dos dados em um simulado. Acho que tenho feito bom proveito.”

Reforçar o conhecimento sobre o papel da justiça climática na educação e no currículo escolar, bem como para quem vai prestar vestibular ou Enem, é essencial, pois os jovens de hoje são os agentes de mudanças no futuro. A inclusão desse tema no sistema educacional é fundamental para preparar as futuras gerações para enfrentar e mitigar os impactos das mudanças climáticas.

A justiça climática exige que reconheçamos essas desigualdades e trabalhemos para corrigi-las, colocando as pessoas mais impactadas nos espaços de tomada de decisão e de elaboração de políticas públicas. As políticas de mitigação e adaptação precisam ser desenhadas para priorizar aqueles que estão na linha de frente da crise climática. Isso significa mais do que reduzir emissões, significa garantir que as comunidades mais vulnerabilizadas recebam o suporte necessário para enfrentar os desafios ambientais e sejam consideradas parte da mudança.

Solicite aqui o material para se informar mais sobre o tema e se engajar na luta por justiça climática.

(*) Mateus Fernandes atua como ativista climático e empreendedor social. Fundador da Corre, é Top Voice LinkedIn, destacando-se nas 100 vozes sociais mais influentes. Reconhecido pela BDO Brazil pelo seu quadro “Favela&Clima em um Minuto”.

Fonte: Greenpeace

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