
Apesar da expansão da filantropia corporativa no país, um estudo do Laboratório de Filantropia, Políticas Públicas e Desenvolvimento do Instituto Pensi Social, frente de Ensino e Pesquisa da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, revela que as maiores empresas brasileiras ainda investem pouco e de forma desestruturada em ações voltadas à área da soberania e segurança alimentar e nutricional (SSAN). Das 150 empresas analisadas, apenas 98 realizaram ações alinhadas ao ODS 2 da ONU, com foco em erradicar a fome até 2030.
Entre 2020 e 2023, foram mapeadas 681 iniciativas — a maioria pontual, voltada à doação de alimentos e à melhoria da imagem institucional. Apenas 17% foram programas de longo prazo. As etapas intermediárias da cadeia alimentar, como transporte e armazenamento, quase não receberam atenção, apesar de serem críticas na prevenção de perdas.
Além disso, só 18,5% das ações beneficiaram grupos mais vulneráveis, como mulheres, indígenas e comunidades tradicionais. O apoio a organizações da sociedade civil também foi escasso, com raros investimentos estruturantes.
A pesquisa alerta ainda para a baixa transparência: grande parte das empresas falha em publicar relatórios consistentes, com dados completos e auditáveis. Para enfrentar a fome com eficácia, é preciso superar a lógica emergencial e adotar compromissos duradouros, integrando toda a cadeia alimentar e fortalecendo as organizações locais.
Fonte: GIFE
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